OMS declara vírus Zika e microcefalia emergência pública internacional.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) realizou ontem (1/02/2016), em Genebra, a primeira reunião do Comitê de Emergência criado para tratar dos recentes casos de microcefalia e outros distúrbios neurológicos nas áreas afetadas pelo vírus zika. O objetivo do Comitê é coordenar uma resposta global para minimizar a ameaça nos países afetados e reduzir os riscos de propagação global da doença.
Na reunião, o Comitê foi informado sobre os casos de microcefalia e Síndrome de Guillain-Barré, associados à transmissão do vírus Zika. As representações do Brasil, França, EUA e El Salvador apresentaram as primeiras informações sobre a provável associação entre o vírus e a microcefalia e outros distúrbios neurológicos. Os especialistas presentes na reunião concordam que a relação entre a infecção do zika durante a gravidez e a microcefalia é “fortemente suspeita”, embora não tenha sido confirmada cientificamente.
O Comitê apontou a falta de vacina e testes para diagnósticos rápidos e confiáveis, assim como a ausência de imunidade das populações dos países recém-afetados como motivos de preocupação. Como resultado da reunião, o Comitê apresentou recomendações à OMS sobre as medidas necessárias para contenção do vírus a médio e longo prazo. São elas:
- Padronização e melhoria da vigilância e atendimento aos casos de microcefalia e Síndrome de Guillain-Barré nas áreas de transmissão do vírus Zika;
- Intensificação das investigações acerca das causas dessas doenças para verificar relação entre elas e o vírus zika;
- Medidas mais agressivas para conter o vírus zika;
- Intensificação da vigilância da infecção do vírus;
- Priorização de desenvolvimento de diagnósticos eficazes;
- Intensificação da comunicação sobre a doença e seus riscos, reforçando o envolvimento da comunidade no combate ao vírus e seus vetores;
- Disponibilização de instrumentos para controle dos vetores e de medidas de proteção individual;
- Informação acessível para a população em geral e, particularmente, para as mulheres grávidas e em idade fértil;
- Acompanhamento permanente às gestantes infectadas pelo zika vírus;
- Esforços na pesquisa e desenvolvimento de vacinas, diagnósticos e terapias do zika vírus;
- Garantia de compartilhamento de informações sobre a doença entre autoridades locais e a OMS.
Mais informações sobre o vírus no site do Ministério da Saúde.