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A Extensão é feminina!

A extensão é feminina! Aqui, na Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Espírito Santo, esta frase tornou-se retórica conhecida entre a equipe. Não somente por ser formada 80% por mulheres (com períodos em que esse percentual chegou ainda mais próximo a 100%), mas por entender que em sua essência, a extensão é sim, feminina! Não estamos aqui com intenção de desmerecer os tantos extensionistas homens que também fazem extensão, mas neste dia 08 de março, dedicado internacionalmente a todas as mulheres, é importante enaltecer e relembrar o destacado papel delas na extensão universitária.

Por coincidência, ou não, o primeiro cargo máximo de gestão da pró-reitoria de extensão foi ocupado por uma mulher. A professora Maria Filina Salles de Sá Miranda esteve de 1979 a 1982 no cargo de Sub-Reitora Comunitária, que depois se tonaria a Sub-Reitoria de Extensão. “Como primeira pessoa a ocupar essa importante função, procurei aprofundar ainda mais o trabalho que já vinham desenvolvendo...eu era muito entusiasmada com o que fazia e os resultados vinham”, destacou Maria Filina em entrevista concedida a autora do livro “65 anos de Extensão universitária na UFES”, professora Patria Merlo.

Desde então, a história da extensão é composta por muitas ações, projetos, cursos, e eventos feitos por e para as mulheres. Com 17 anos de surgimento, o o projeto de Extensão Fordan: Cultura no Enfrentamento as Violências, é um grande exemplo desta feminilidade extensionista. O projeto atua na região da Grande São Pedro, buscando minimizar os efeitos das violências, tendo como um dos focos principal, a violência contra a mulher. Coordenado pela professora Rosely Pires, a ação conta com oficinas, cursos e palestras, atuando com uma equipe multidisciplinar composta por advogada, assistentes sociais, professores de arte e educação física, pedagoga, psicanalistas, psicólogos, economista, entre outros, todos voluntários.

Ainda tratando da violência contra as mulheres, na guerra recente na Ucrânia, já nota-se o aumentou de mulheres refugiadas e em situação de vulnerabilidade e violência. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), em 2020 tivemos 82,4 milhões de refugiados, (relatório em junho de 2021 com dados de 2020). Ainda segundo o ACNUR, as mulheres compõem, atualmente, 50% da população refugiada. Ou seja, metade das pessoas deslocadas à força de seus países por guerras, perseguição política, crise econômica ou violência, é de mulheres. E são as mulheres e meninas, especialmente as que viajam sozinhas em situação de refugiadas, as mais expostas aos riscos de violência sexual e de gênero. Violência que é, inclusive, utilizada como arma de guerra em muitos países, como Afeganistão e na República Democrática do Congo (RDC) onde, segundo um estudo da American Journal of Public Health, 48 mulheres são estupradas por hora.

Na Ufes temos a Cátedra Sérgio Vieira de Mello, criada por meio de parceria entre a Universidade e o ACNUR em 2015, tem por objetivo promover e difundir o Direito Internacional Humanitário, o Direito Internacional dos Direitos Humanos e, em especial, o Direito Internacional dos Refugiados que encontrem-se sob a proteção internacional do Governo do Brasil, bem como desenvolver atividades que objetivem a incorporação da temática do refúgio na agenda acadêmica da instituição.Durante a pandemia de Covid-19, a Cátedra manteve aulas on-line de português para estrangeiros refugiados e migrantes residentes com visto humanitário, apoio para a regularização de documentos e vistos. E, principalmente, a manutenção da segurança alimentar de mais de 150 famílias, principalmente venezuelanas, que residem na região metropolitana de Vitória. A doação de alimentos frescos e cestas básicas são feitas com o apoio do Projeto Ninho (@projetoninho.es), parceiro da Cátedra no estado. Acompanhe o trabalho da Cátedra Sérgio Vieira de Mello no instagram @csvmufes

Outro programa que ganhou força na pandemia e é voltado para a mulher é o ‘Diálogos sobre o feminino’, coordenado pela professora Juliana Passos. Por meio de lives com mulheres de diferentes setores da sociedade, temas que envolvem o universo feminino são trazidos e discutidos, promovendo mais informação e interação sobre a temática. Existem ainda aquelas ações de extensão dentro da área temática da saúde que envolvem assuntos próprios do corpo humano feminino como os que tratam sobre amamentação, ginecologia, puerpério, atendimento às mulheres vítimas de violência, entre outros. Alguns destes com anos de história e dedicação, com intuito de cuidar e melhorar a saúde de tantas mulheres.

Em pesquisa rápida no portal de projetos da Proex, percebe-se também que a extensão tem ocupado, inclusive, lugares antes de grande dominação masculina. É o que prova projetos como “O futebol é delas: Caravanas de promoção do futsal infanto-juvenil para meninas na Grande Vitória”, ou  “Inclusão e Permanência de Meninas na Engenharia”, provando que a mulher pode sim ser o que quiser e onde quiser.

Desejamos a todas as mulheres extensionistas um feliz dia! Dia de luta, mas também de reconhecimento do grande trabalho que elas tem realizado em todas as áreas e, em especial, na extensão universitária!

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