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Ação de extensão leva apresentação teatral à unidade prisional por meio do Projeto “Palco Livre”

A Penitenciária de Segurança Média II (PSME-II), em Viana, recebeu nesta terça-
feira (9) a apresentação da peça “Manga Rosa, Coração Civil”, resultado das
oficinas teatrais promovidas pelo projeto de extensão “Palco Livre”, desenvolvido em
parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A iniciativa tem como
objetivo colaborar com as ações de ressocialização por meio da arte. A ação contou
com a participação de 15 internas e internos da unidade. A PSME-2 tornou-se
referência no atendimento a pessoas privadas de liberdade pertencentes ao público
LGBTQIA+. A unidade é a primeira no Espírito Santo, no Brasil e na América Latina
a atender especificamente a esse grupo.
Iniciado em agosto, o projeto realizou encontros semanais com a realização de
atividades formativas, envolvendo expressão corporal, técnicas vocais, jogos teatrais
e exercícios de improvisação. O espetáculo foi construído de maneira coletiva, a
partir das vivências, reflexões e experiências compartilhadas pelos(as) participantes
ao longo do processo.

Equipe e coordenação
O “Palco Livre” é idealizado e coordenado por Antônio Lopes (Centro de Ciências da
Saúde), e conta com a orientação pedagógica de Marlene Martins (Pró-Reitoria de
Extensão). Também integram a equipe as estudantes Marissa Martins
(Fonoaudiologia) e Ana Carla Faria (Terapia Ocupacional). Os profissionais
convidados Márcio Martins (aulas de corpo) e Ilus (aulas de voz) contribuíram na
preparação cênica dos(as) participantes.

Educação em direitos humanos como fundamento
Com enfoque na educação em direitos humanos, o projeto utiliza o teatro como
ferramenta para debater temáticas como racismo, machismo, LGBTfobia e outras
formas de violência e discriminação. Esses conteúdos dialogam diretamente com o
cotidiano e a vulnerabilidade social enfrentada pelas pessoas privadas de liberdade,
especialmente aquelas que fazem parte da comunidade LGBTQIA+.
Segundo o coordenador Antônio Lopes, atuar com esse público é particularmente
significativo. Ele ressalta que internas e internos LGBTQIA+ vivenciam duplas camadas de discriminação — pela condição de encarceramento e pela orientação
sexual ou identidade de gênero — o que reforça a importância de espaços
formativos acolhedores e transformadores.
A coordenadora de projetos da unidade, Inês Sunderhus, também destacou o
impacto dessas ações no processo de ressocialização, especialmente por
estimularem autonomia, expressão e construção de novos projetos de vida.
As ações reafirmam o compromisso da Ufes com o desenvolvimento de iniciativas
culturais e educativas no sistema prisional, ampliando o acesso de pessoas privadas
de liberdade a experiências formativas que fortalecem a cidadania e favorecem
processos de reinserção social.

Parcerias institucionais e financiamento
O “Palco Livre” é desenvolvido em articulação com o Núcleo de Direitos Humanos e
Saúde (NuDHS/Ufes) e com a Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos
do Espírito Santo (ReBEDH-ES). A iniciativa é contemplada pelo Edital nº 04/2024 –
Valorização de Territórios e Diversidade Cultural, da Secretaria da Cultura (Secult),
com recursos do Funcultura e da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Ministério
da Cultura.

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